DISCIPLINA SUPERA TALENTO! Transformando Suor em Ouro | Bernardinho (Resenha)
- John
- 21 de dez. de 2024
- 19 min de leitura
No mundo das grandes lideranças e das equipes vencedoras, há uma verdade fundamental: o sucesso não é simplesmente uma questão de talento. Ele é resultado de um esforço contínuo, de uma preparação implacável e de uma mentalidade inabalável. Grandes nomes como Vince Lombardi, Phil Jackson e Bernardinho entendem que a verdadeira vitória vai além dos troféus; ela está na capacidade de se empenhar para ser o melhor que se pode ser. O esforço diário, o planejamento estratégico e o desenvolvimento constante são elementos essenciais para alcançar o topo. Este vídeo explora essas ideias, mostrando como a verdadeira excelência não depende apenas de habilidades naturais, mas de um compromisso profundo com o coletivo, de um trabalho árduo nos bastidores e de uma busca incessante por melhorias. Prepare-se para entender como transformar o suor em ouro e como a preparação mental e física são as chaves para vencer, seja no esporte ou na vida.

No fim das contas, são as pessoas que fazem a diferença. Equipes, empresas, corporações ou governos são o reflexo do trabalho conjunto de indivíduos. É por isso que, na vida, valem os mesmos princípios que conduzem os melhores times: identificar talentos, manter a motivação, comprometer-se com o desenvolvimento de cada pessoa e, acima de tudo, criar um espírito de equipe capaz de transformar a soma dos talentos individuais em algo muito maior.
Essa é a essência da Roda da Excelência. Habilidades como trabalho em equipe, perseverança, superação, comprometimento, cumplicidade, disciplina, ética e hábitos positivos não são apenas valores, mas práticas fundamentais para quem busca excelência. Afinal, sucesso não é fruto de sorte ou milagre, mas o resultado da repetição constante de fundamentos e ações vencedoras. Amadores sonham, profissionais trabalham. É esse esforço incansável que faz com que a vitória — mesmo não sendo o mais importante — seja o reflexo da dedicação e do empenho máximo. O título pode não vir, mas o mérito de ter feito todo o possível é, por si só, uma conquista.
Uma equipe unida, motivada e comprometida com uma causa não é construída ao acaso. Grandes times dependem de grandes jogadores, assim como máquinas dependem de peças certas. O todo só se realiza quando as partes se complementam. Mas, para que o sonho se concretize, há um elemento inegociável: a disciplina. Ela é a ponte que conecta nossos sonhos às nossas realizações.
Esse valor, assim como ética, respeito e caráter, foram aprendidos com meu pai, um modelo de conduta para mim. São virtudes que não estão à venda, que não podem ser compradas. Elas moldam quem somos e definem o caminho que escolhemos trilhar. Como ele dizia: “O amor por princípio e a ordem por base, o progresso por fim”; ou ainda, “Saber para prever, a fim de prover. Agir por afeição, mas pensar para agir”. Essas máximas me lembram que nenhum sonho se realiza sem esforço, estudo, suor e dedicação.
Na minha família, o esporte sempre foi um complemento essencial à formação de caráter. Não apenas pela competição ou pelas vitórias, mas pelo que ele ensina. No judô, por exemplo, o que mais me marcou não foram os títulos, mas a disciplina e a capacidade de canalizar, de forma racional, a energia de um jovem em busca de um propósito. Com o mestre Ynata, aprendi a resistir, a me levantar depois das quedas, a não desmoronar diante das derrotas.
Esses aprendizados vão além das quadras, tatames ou campos. São lições que constroem uma mentalidade forte, resiliente e determinada a buscar sempre a melhor versão de si mesmo. E no final, como Bernardinho mostra em cada palavra e exemplo, o sucesso é, acima de tudo, uma questão de trabalho, dedicação e fé na jornada.
As primeiras noções de liderança, disciplina e a importância de fazer parte de uma equipe, tratando todos segundo os mesmos valores, mas não necessariamente da mesma forma, me foram passadas pelo meu treinador Bené. Além disso, ele me ensinou sobre paixão pelo voleibol e deixou uma lição essencial: que nada na vida deve ser feito sem paixão.
Ainda adolescente, eu era teimoso e insistia em transformar qualquer correção em bate-boca. Nessas situações, Bené interrompia os treinos e ordenava: "Chega, Bernardo! Vai pro chuveiro." Eu me sentia injustiçado. Por que sempre eu? Por que apenas eu era expulso? Vinte anos depois, quando dirigia a seleção feminina, resolvi questioná-lo: "Por que sempre que brigava com meu irmão, você me expulsava do treino e nunca ele?" A resposta foi simples e reveladora: "Seu irmão não queria nada. Se eu o mandasse embora, talvez não voltasse. Já você estava tão envolvido que eu sabia que voltaria sempre."
Essa sabedoria em entender cada jovem, em identificar talentos e limitações, era uma das maiores virtudes de Bené. Ele não enxergava em mim a vocação para ser um craque, mas a persistência e a vontade de sempre voltar, independentemente das derrotas. Essa percepção moldou em mim a importância do verdadeiro líder: aquele que dá o exemplo, que treina, joga e contribui para o aprimoramento do time, mesmo longe da quadra.
Uma vez, aos 14 ou 15 anos, recebi um convite do treinador dos adultos do Fluminense para jogar amistosos. Entusiasmado, aceitei, mas isso me fez desfalcar minha equipe infanto-juvenil. Quando voltei ao treino, Bené não poupou palavras: "Como líder, Bernardo, você falhou. Deixou seus companheiros na mão para ajudar outro grupo. Abandonou justamente os que mais precisavam de você." Essas palavras me atingiram em cheio. Vaidade e ego tinham me afastado da responsabilidade com o grupo. Com poucas palavras, ele me ensinou que, em uma equipe, o "nós" é sempre mais importante que o "eu".
Ao longo dos anos, fui percebendo que as lições do esporte transcendem as quadras. A economia, por exemplo, com sua busca de gerar o maior bem-estar com recursos limitados, tem muito em comum com o esporte, onde devemos buscar os melhores resultados com o que temos.
Um dos maiores aprendizados veio com a disciplina, o elo entre os sonhos e as realizações. Sonhar é natural, mas construir o caminho exige trabalho árduo, dedicação e constância. Isso me fez refletir sobre o que significa ter "brilho no olhar": uma mistura de vontade, disciplina, determinação e paixão que vem do íntimo. Sir Bernard Montgomery, o marechal inglês, acreditava nisso. Antes das batalhas, ele inspecionava suas tropas, não por vaidade, mas para enxergar em seus olhos o brilho da vitória.
Ao longo da vida, aprendi também a importância de hábitos saudáveis aliados à disciplina. Nada pior do que o arrependimento pelo que não fizemos ou pelo que fizemos mal. "Ah, se eu tivesse me cuidado mais..." ou "Se eu tivesse agido diferente..." são pensamentos que corroem. Por isso, é fundamental pensar antes, planejar e agir corretamente para evitar arrependimentos futuros.
Merecimento, por outro lado, é um sentimento poderoso. Quando conquistamos algo porque nos preparamos, fomos disciplinados e cultivamos hábitos compatíveis com nossos objetivos, podemos dizer com orgulho: "Eu mereci." Esse senso de merecimento é o resultado do trabalho sério e consciente, do esforço constante e da paixão pelo que se faz.
Poucas coisas são tão difíceis em qualquer atividade humana quanto a autoavaliação. Nunca temos a ideia exata do que somos, de quanto valemos, sobretudo quando a medida do nosso trabalho é tão ou mais qualitativa que quantitativa. É natural errar, assim como o técnico também erra. O importante é se colocar no lugar do outro e perceber que decisões difíceis afetam igualmente quem as toma.
Como dizia Sun Tzu: “Os guerreiros vitoriosos vencem antes de ir à guerra, ao passo que os derrotados vão à guerra e só então procuram a vitória.” Desde jovem, buscava conhecer meus defeitos e virtudes, e o que mais me incomodava era o meu temperamento. Precisava aprender a usá-lo a meu favor.
Lembro-me das palavras que ouvi uma vez: “Se os mais novos não me vissem disposto a dividir com eles todas as obrigações e responsabilidades, talvez não percebessem que aquele era o nosso time e aquela era a nossa medalha, e que éramos igualmente importantes. Sem contar que, na tensão do momento, era possível que esquecessem até o saco de bolas em algum lugar.” Isso me fez refletir sobre a frase do general Colin Powell: “Não deixe seu ego acompanhar sua ascensão profissional.” Se perder a posição, para onde irá o ego? O perigo é despencar das alturas. A solução está em não deixar o sucesso subir à cabeça, como nos ensina o exemplo de Kiraly, “o melhor do mundo”.
A importância do trabalho em equipe se confirmou na prática. Compreendi como o comportamento dos líderes se reflete diretamente na qualidade do que se entrega. No vôlei, assim como na vida, é fundamental trabalhar a perseverança, a obstinação, não desistir nem recuar diante dos obstáculos. Desenvolver o senso de observação, saber aproveitar até os momentos no “banco de reservas”. O sentido de coletividade supera qualquer brilho individual. É preciso combater o desperdício de talento, lutar contra a acomodação e desafiar os limites preestabelecidos. Porque falhar ao planejar significa estar planejando falhar.
“Quanto mais você sua nos treinamentos, menos sangra no campo de batalha.” Por isso, é dever de um treinador conhecer como pensa o jogador, como ele sente, quais são suas expectativas e limites. A liderança se transmite por ações, e não apenas por palavras. A mensagem é clara: não desistir e seguir em frente, apesar dos obstáculos.
Mas nem sempre é fácil. No início, percebi meu distanciamento em relação às jogadoras, que impedia uma relação franca e direta. Não tínhamos ainda um elo de confiança. Além disso, constatei o quanto desconhecia o universo feminino, que agora estava sob minha responsabilidade. Isso mostrou a necessidade de estudar, de buscar entender as mudanças fisiológicas que se manifestam de maneira diversa em cada mulher.
Essas experiências são provas de que a liderança exige autoconhecimento, disciplina e uma capacidade constante de aprendizado e adaptação.
"Eu trabalhei tanto e tão bem quanto pude, e ninguém pode fazer mais do que isso." Essas palavras de Charles Darwin resumem uma filosofia de vida fundamentada no esforço e no compromisso. A verdadeira dedicação ao trabalho e à excelência, como exemplificado por grandes líderes e treinadores, é o que define o sucesso, não apenas a habilidade natural ou o talento.
Vince Lombardi, um dos maiores nomes do esporte, acreditava que o treinador só brilha quando seus atletas brilham. Para ele, a maior vitória era vê-los campeões, um reflexo do verdadeiro objetivo de um líder: desenvolver talentos. Seu lema "Vencer não é tudo, é a única coisa", mais do que uma obsessão pela vitória, expressava a importância de dar tudo pela vitória, de se preparar com intensidade e foco, independentemente do resultado final. A derrota, quando se faz o melhor possível, não é um fracasso, mas parte do processo de crescimento.
Esse pensamento é compartilhado por muitos treinadores, como Brad Gilbert, autor de Winning Ugly. Para ele, o talento é importante, mas não é o suficiente. A verdadeira vontade de vencer, ou melhor, a vontade de se preparar para vencer, é o complemento indispensável ao talento. A dedicação e o esforço contínuo são fundamentais para alcançar a excelência.
Outro exemplo é Phil Jackson, que em The Last Season: A Team in Search of Its Soul revela como se tornou um dos maiores treinadores da história, construindo equipes vencedoras com base em princípios como autocontrole, concentração, e espírito de equipe. Em suas reflexões sobre liderança, ele descreve as qualidades que um grande líder deve cultivar: amizade, lealdade, entusiasmo, além de autoconfiança e a habilidade de adaptar-se às situações.
No entanto, o sucesso, como ele também ensina, não é apenas uma questão de resultados. A verdadeira medida do sucesso é a consciência de que se empenhou para ser o melhor que é capaz de ser. O planejamento deve visar metas factíveis, ambiciosas, mas realizáveis, para evitar frustrações. E, embora a popularidade e a aceitação sejam agradáveis, o foco deve estar sempre no bem coletivo e na melhoria contínua do time.
Esse equilíbrio entre ambição e realismo, entre liderança e dedicação pessoal, é o que transforma o suor em ouro, transformando o processo árduo de preparação em algo muito maior do que a simples busca pela vitória.
Para alcançar o sucesso, é essencial estar bem preparado e qualificado para o que se deseja realizar. Aqueles que não se dedicam ao aprimoramento contínuo, que não conhecem profundamente o que fazem, têm grandes chances de enfrentar decepções no futuro.
Treinar no nível mais alto significa buscar sempre a excelência em suas capacidades, maximizando o potencial e, mais do que isso, desenvolvendo talentos. Como líder, uma das maiores responsabilidades é identificar e cultivar esses talentos dentro de uma equipe.
O processo de preparação é constante. Não se trata apenas de ensinar, mas de ajudar as pessoas a aprenderem. Estudar, ler, observar, questionar – esses são os pilares da preparação. Quando se encontra um time com talento, o desafio é ainda maior: é necessário conquistar a confiança dessas pessoas, transformá-las em um grupo unido, com um objetivo em comum. E, acima de tudo, entender que o talento, por si só, não basta. Para que a equipe seja vitoriosa, é preciso mais do que habilidades técnicas; é necessária a energia coletiva, a união, e o entusiasmo que surgem da paixão pelo que se faz.
Em um time, todos devem sentir que são peças fundamentais, mas também devem ter a consciência de que ninguém é insubstituível. A verdadeira força vem da colaboração e do compromisso de todos com um objetivo comum. Para que a equipe funcione, é necessário o equilíbrio entre o condicionamento físico, os fundamentos técnicos e a unidade emocional e tática. Esses três pontos – condicionamento, fundamentos e unidade – formam a base para uma equipe de sucesso.
A liderança exige dedicação e, muitas vezes, sacrifício. Quando um líder é exigente e se dedica de corpo e alma, isso serve como inspiração para a equipe. As pessoas precisam ver que a dedicação e o esforço vêm de todos, sem exceções.
No processo de formação de uma equipe vencedora, a motivação é crucial. Acreditar no potencial de cada membro, incentivar a colaboração e garantir que todos compreendam o valor das suas contribuições, independentemente de seu papel, são elementos chave. O efeito Pigmalião nos mostra que, quanto mais um líder acredita nas capacidades de seus colaboradores e investe neles, maiores serão os resultados alcançados.
Em momentos de dificuldade, é fundamental não perder o foco. Encarar os desafios como oportunidades de crescimento e não prometer o que não se pode cumprir são princípios que norteiam a verdadeira liderança. O trabalho árduo, embora muitas vezes disfarçado de obstáculos, é a verdadeira oportunidade para aqueles que estão dispostos a se dedicar e a superá-los.
Em última análise, ser um líder não é apenas exigir, mas também saber reconhecer os erros quando necessários, sempre com o intuito de aprimorar a equipe e o desempenho coletivo. Erros podem acontecer, mas a sinceridade e a capacidade de pedir desculpas, quando for o caso, são atitudes que fortalecem ainda mais a confiança entre líder e equipe.
A confiança é a base de qualquer relação, e é sobre esse pilar que devemos construir o relacionamento com nossos colaboradores. Quando cultivamos essa confiança, criamos um ambiente em que as pessoas podem se sentir seguras para compartilhar ideias, fazer perguntas e buscar o aprimoramento constante. O questionamento constante, aliás, é uma grande fonte de crescimento. E o crescimento, por sua vez, se transforma em uma fonte de satisfação pessoal e coletiva.
Mas, afinal, onde está o verdadeiro sucesso? Está no resultado de uma partida ou de um torneio? Ou está no fato de que, mesmo perdendo, uma atleta ou uma equipe fez o melhor de si? Para mim, o sucesso é a consistência em manter um desempenho de excelência, que se reflete em resultados ao longo do tempo. A derrota, embora sempre triste, só me frustra quando tenho a convicção de que não fizemos o nosso melhor. E, para isso, é essencial que, no vôlei como na vida, a parte emocional seja trabalhada para que o foco na execução das tarefas nunca seja perdido.
É necessário também tentar entender os porquês de uma derrota, assumir as responsabilidades envolvidas e seguir em frente. O inconformismo e a insatisfação são necessários para que possamos dar um passo à frente. Não existem atalhos para o sucesso; o trabalho intenso é, sem dúvida, a estrada mais curta. Errar na forma é aceitável, mas nunca na intenção. O questionamento constante é uma grande fonte de crescimento, e o crescimento permanente, uma grande fonte de satisfação.
O conceito de "Roda da Excelência" nos lembra que superação é ter a humildade de aprender com o passado, não se conformar com o presente e desafiar o futuro. Ao longo dessa jornada, conceitos como trabalho em equipe, liderança, motivação, perseverança, comprometimento, disciplina e ética se entrelaçam, formando os pilares que sustentam o sucesso. A dedicação e o esforço diários são o centro dessa roda, que deve sempre girar em direção à melhoria contínua, com a constante busca pela excelência.
Lembre-se de que, na busca pela excelência, não importa o tamanho do seu talento se você não souber trabalhar em equipe. Uma grande equipe é formada por talentos complementares, mas o problema surge quando cada um começa a valorizar demais seu próprio brilho, em detrimento do coletivo. Isso se potencializa em ambientes de alta visibilidade, onde a mídia exacerba egos e vaidades. Como Einstein disse, "Ego é a fonte de energia que você utiliza para estar totalmente presente e engajado. Se a energia for mal direcionada ou estiver ausente, o sucesso será impossível."
A liderança, então, é um dos elementos centrais da Roda da Excelência. Ser líder não é uma escolha, mas uma consequência do respeito e da confiança dos outros. O líder é aquele que dá o exemplo, para que os outros saibam como se faz e se esforcem para repetir a tarefa no mesmo nível ou até melhor. Liderar é inspirar e influenciar pessoas a fazerem a coisa certa, de preferência de forma entusiástica e visando ao objetivo comum. O líder não decide ser líder; são os outros que o escolhem. E, como disse uma vez, "Líder é tão-somente aquele que atinge resultados." A missão do líder, muitas vezes, vai contra interesses pessoais ou populares, mas ele deve seguir suas convicções, buscando sempre o melhor para sua equipe.
Esses princípios, fundamentados na busca pela excelência, se tornam a chave para o sucesso tanto no esporte quanto na vida.
O destaque de uma história inspiradora começa com um menino que teve sua bicicleta roubada. Desesperado, ele procurou a polícia e, em um atendimento com um sargento, foi orientado a se envolver no esporte, mais especificamente no boxe. Esse menino se tornaria um dos maiores lutadores de todos os tempos. Sua história é marcada por sua obsessão de enfrentar, no ringue, a figura do ladrão da bicicleta. Seu nome? Cassius Clay, mais conhecido como Muhammad Ali, o eterno campeão mundial dos pesos pesados, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma como amador e, mais tarde, venceu inúmeras batalhas como profissional.
O exemplo de Muhammad Ali reflete o poder de se encontrar motivação, mesmo em situações desafiadoras. Esse conceito é reforçado por figuras como Michael Jordan, que, no livro "Carit Accept Not Trying" (Não aceito não tentar), compartilha sua visão sobre a importância de nunca desistir, independentemente dos obstáculos. E quando se fala sobre o trabalho em equipe, Patrick Lencione, em "Os 5 desafios de uma equipe", distingue dois aspectos essenciais: o comprometimento e a cumplicidade. O primeiro pressupõe uma divisão clara de responsabilidades, enquanto a cumplicidade resulta de uma gestão eficaz de egos e vaidades.
No contexto de uma equipe, a confiança é o alicerce para o sucesso. Quando essa confiança não existe, surgem problemas como a falta de participação, a ausência de cobranças e, principalmente, a falta de comprometimento com os resultados. Patrick Lencione descreve uma pirâmide onde a ausência de confiança gera um ciclo de problemas: medo de conflitos, falsa harmonia, falta de comprometimento, fuga de responsabilidades e falta de foco nos resultados. Só é possível cobrar e ser cobrado quando existe essa confiança mútua.
A disciplina, essencial para qualquer equipe de sucesso, não se resume a impor regras rígidas, mas sim a envolver todos em uma dinâmica de trabalho comum. Ela é o cimento moral que garante a coesão do grupo. E, no caso de equipes de alta performance, a ética é tão importante quanto a habilidade técnica. A combinação de ambos é o que permite alcançar resultados consistentes e duradouros.
Trabalhar em equipe exige não apenas habilidades técnicas, mas também o desenvolvimento de qualidades como motivação, perseverança e a capacidade de buscar sempre a superação. Líderes devem incentivar essas qualidades, manter a motivação elevada e promover o comprometimento entre os membros da equipe. A verdadeira liderança vai além de alcançar vitórias, ela é capaz de manter o foco e a integridade em momentos de sucesso, para que a equipe não se acomode.
James C. Hunter afirma que o verdadeiro objetivo não é ser melhor que os outros, mas sim ser melhor do que já fomos. Essa filosofia é fundamental para a evolução constante, seja no esporte ou em qualquer área. E, por fim, o silêncio que pode surgir quando há falta de envolvimento e compromisso dentro de um grupo é um reflexo da falta de cumplicidade. Quando as vitórias chegam, todos devem se envolver e celebrar como um único corpo, mas, nas derrotas, é crucial que todos se responsabilizem, ao invés de se esconder atrás de desculpas.
No processo de formar uma equipe, o maior obstáculo é, muitas vezes, a vaidade. Esse sentimento, embora natural, pode prejudicar se ultrapassar os limites do bom senso e do respeito mútuo. Reconhecer as qualidades que não possuímos, sem invejar os outros por isso, e manter o compromisso com o trabalho em grupo, é essencial para o sucesso coletivo. O desafio de gerenciar a vaidade é algo que deve ser observado não apenas nos outros, mas também em nós mesmos. Afinal, todos nós, em algum momento, somos suscetíveis a esses sentimentos.
Durante as partidas, por exemplo, se eu não aceitasse que um jogador ficasse chateado ao ser substituído, estaria sucumbindo ao meu próprio ego e perderia a capacidade de dialogar com o jogador de forma respeitosa e igualitária. A relação entre o técnico e os atletas deve ser de constante comunicação e respeito, independentemente da situação, e a humildade deve prevalecer. A capacidade de ouvir e entender o outro é crucial para a liderança eficaz.
A preparação é mais importante que o desejo de vencer. O técnico de basquete americano Bob Knight diz que a vontade de se preparar deve ser maior que a vontade de vencer, e é isso que molda os campeões. É fundamental adotar hábitos que desafiem a zona de conforto, como ajustar os horários de treinamento ou utilizar "zonas de desconforto", para evitar a acomodação. A preparação contínua é um processo que exige dedicação constante, sem espaço para a complacência.
Em um dos meus treinamentos, decidi mudar o local para o estacionamento e, mesmo diante de protestos, levei os jogadores a treinar no asfalto. Embora houvesse resistência, a estratégia teve um impacto positivo no condicionamento físico da equipe, e os jogadores perceberam a importância do esforço contínuo, mesmo quando o ambiente é desfavorável.
Muitas vezes, as pessoas só se dedicam mais nas vésperas do fechamento de metas, mas o verdadeiro sucesso vem do esforço contínuo. Se todos se empenhassem com a mesma intensidade o tempo todo, os resultados seriam muito melhores. O processo de treinamento não deve ser limitado a períodos específicos, mas deve ser encarado como uma rotina diária, essencial para o sucesso de longo prazo.
Como líder, é fundamental assumir as responsabilidades e aprender com os erros, pois sem a confiança da equipe, seria impossível manter a liderança. Saber quando incentivar ou desafiar, e quando aliviar a pressão, é uma habilidade crucial para o sucesso de qualquer equipe. A capacidade de identificar o momento certo para agir de forma diferente é uma das chaves para manter a equipe motivada e engajada.
Uma equipe não é composta apenas pelos melhores, mas sim pelos colaboradores certos. Para formar um time vencedor, é necessário garantir que todos, incluindo os reservas, estejam preparados para desempenhar seu papel com excelência. A competição saudável e o senso de urgência são elementos essenciais para manter a motivação elevada e garantir que cada tarefa seja realizada como se fosse a mais importante. Cada ponto deve ser jogado como se fosse o decisivo, com a mesma intensidade e foco.
A excelência não é um feito isolado, mas um hábito, como afirma Aristóteles. E o caminho para a vitória não é encontrado apenas no talento individual, mas na dedicação constante e no trabalho em equipe. O verdadeiro campeão é aquele que controla sua vaidade e se dedica a elevar o nível de toda a equipe ao seu redor. O trabalho meticuloso de preparação é, sem dúvida, o caminho mais curto para alcançar a vitória.
Por fim, o verdadeiro líder sabe que o sucesso vem da preparação constante e da capacidade de reinventar-se. O foco nos resultados exige um processo contínuo de autodescoberta e superação, sempre buscando um diferencial que garanta a continuidade do bom desempenho e da liderança dentro de um grupo. A experiência, as vitórias e as derrotas são as que nos mostram o caminho, e esse caminho envolve sempre o trabalho em equipe, a solidariedade e a competição saudável.
Para alcançar o sucesso, é essencial contar com uma equipe que se destaque não apenas por suas habilidades, mas também pela capacidade de liderança, motivação, comprometimento e ética. A união de todos pelo mesmo propósito, junto com um bom planejamento, é o que cria as bases sólidas para uma equipe bem-sucedida. Isso nos leva a três elementos fundamentais: o capital financeiro, as inovações tecnológicas e, acima de tudo, o capital humano. No entanto, a verdadeira diferença está em como esses elementos são aplicados e integrados dentro de um sistema.
Riqueza, por exemplo, não é sinônimo automático de bons resultados. O caso do Real Madrid, com seus jogadores excepcionais, ilustra isso bem. Mesmo com a abundância de talentos, o time não conquistou todos os campeonatos que disputou, faltando motivação, cumplicidade e dedicação ao processo de preparação. Da mesma forma, a tecnologia, por mais poderosa que seja, não garante por si só o sucesso. A verdadeira inovação está em como ela é usada para melhorar processos e resultados, e a estratégia de "oceano azul" reflete isso ao analisar as razões do sucesso de empresas que conseguem se destacar ao navegar em águas menos competitivas.
Ao formar uma equipe de alta performance, o fator "genialidade" muitas vezes é mais valorizado, mas a escolha de pessoas com capacidade técnica e virtuosismo, embora importante, não é suficiente. Exemplo disso é a história do time de beisebol Oakland A’s, que, com um orçamento reduzido, conseguiu resultados impressionantes ao aplicar métodos inovadores, como abordagens baseadas em dados, em vez de depender exclusivamente de talentos superestimados. A escolha das pessoas certas e a formação de uma equipe coesa são determinantes para o sucesso.
É também fundamental avaliar o nível de determinação de cada atleta, ou colaborador. Até que ponto ele está disposto a se entregar ao processo de preparação, melhorar seu desempenho e contribuir para o crescimento coletivo? A presença de líderes com visão, motivação e espírito de equipe é crucial. Liderar pelo exemplo é o caminho mais eficaz, sem buscar popularidade, mas mantendo o foco no resultado final e em como inspirar os outros por meio das ações.
Além disso, um líder deve estar atento à interdependência e complementaridade entre as funções dentro de uma equipe. Quando há confiança, a equipe se fortalece e o comprometimento se torna genuíno. A transparência, a humildade e a integridade são atributos indispensáveis de um bom líder. É preciso reconhecer as próprias limitações, aprender com os erros e ser rigoroso consigo mesmo, adotando uma postura de autocrítica constante. Esse processo contínuo de evolução e aprendizado é essencial para manter a motivação da equipe e alcançar resultados consistentes.
O segredo está em construir uma equipe com pessoas comprometidas, onde o ego é mantido sob controle e as vitórias são sempre coletivas. A formação de uma equipe vencedora não depende apenas de habilidades individuais, mas do esforço conjunto, da confiança mútua e da liderança que inspira e guia. A autocrítica e o aprendizado com as derrotas, sem sucumbir a elas, são chaves para a construção de um time de sucesso, onde o foco está no crescimento contínuo, não no conforto das vitórias passadas.
Sei exatamente o que sinto pelos meus jogadores, tanto individualmente quanto como equipe: respeito, admiração, confiança e afeição. Para aqueles que estão comigo há mais tempo, sei que eles sabem que sou um deles. Juntos, vamos lutar, suar, ganhar e perder.
Sempre fui inconformado em minha busca por algo melhor, em estar constantemente vigilante quanto ao próximo objetivo, ao próximo adversário. Isso sempre foi algo comum a líderes e ambientes de excelência. Minha mente está sempre preocupada. Nunca relaxo. Mesmo quando alcanço uma meta, já estou pensando no próximo desafio. Quando observo as pessoas, busco o inconformismo que existe nelas.
Como gestor, sei que minha obrigação é provocar, desafiar, instigar e exigir o máximo de cada um. A complacência e a auto-complacência só diminuem a capacidade de crescimento.
Tentar alcançar o melhor implica sempre em correr riscos, e isso é necessário para fazer algo significativo.
A preparação extrema é a base da vontade de fazer mais e melhor. Quando a preparação é intensa e sistemática, qualquer coisa fora disso será apenas uma pequena variação do que você já se preparou.
A visão de Michael Lewis, em “Coach: Lessons on the Game of Life”, me ensina que, para se tornar um atleta de alto rendimento, é preciso se sentir confortável com o cansaço e a tensão antes das grandes competições.
Outro ponto importante é o provérbio que diz: "Se você deseja um ano de prosperidade, cultive grãos. Se você deseja 10 anos de prosperidade, cultive árvores. Mas se você quer 100 anos de prosperidade, cultive gente." A verdadeira prosperidade vem do cultivo de pessoas.
No meu trabalho, busco sempre associar os princípios esportivos ao processo educacional. Os valores que formam o atleta também devem ser aplicados à vida. Por fim, aprender a lidar com pessoas difíceis é uma habilidade essencial para todo líder, algo que aprendi com os Drs. Rick Brinkman e Rick Kirschner.