Encontre Força na Derrota - Um Poema Motivacional por Kahlil Gibran
- Método & Valor

- 10 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
Derrota, por Kahlil Gibran.
Derrota, minha Derrota, minha solidão e meu afastamento;
És mais querida para mim do que mil triunfos,
E mais doce ao meu coração do que toda a glória do mundo.
Derrota, minha Derrota, meu autoconhecimento e meu desafio,
Através de ti eu sei que ainda sou jovem e veloz,
E não devo ser aprisionado por louros murchos.
Em ti encontrei a solidão
E a alegria de ser evitado e desprezado.
Derrota, minha Derrota, minha espada e escudo brilhantes,
Em teus olhos eu li
Que ser entronizado é ser escravizado,
E ser compreendido é ser nivelado para baixo,
E ser agarrado é apenas atingir sua plenitude
E como uma fruta madura para cair e ser consumida.
Derrota, minha Derrota, minha ousada companheira,
Ouvirás minhas canções, meus gritos e meus silêncios,
E ninguém além de ti me falará do bater das asas,
E do impulso dos mares,
E de montanhas que queimam na noite,
E só tu subirás minha alma íngreme e rochosa.
Derrota, minha Derrota, minha coragem imortal,
Tu e eu riremos juntos com a tempestade,
E juntos cavaremos sepulturas para tudo o que morre em nós,
E estaremos ao sol com vontade,
E seremos perigosos.
Você já se sentiu derrotado na vida? Já pensou em desistir de tudo, por achar que não tinha mais jeito? Já se perguntou por que as coisas não saem como você planejou, por que você tem que enfrentar tantos obstáculos, por que você parece estar sempre em desvantagem?
Se você já se sentiu assim, saiba que você não está sozinho. Todos nós passamos por momentos de derrota, de frustração, de decepção. Todos nós já choramos, já sofremos, já nos revoltamos. Todos nós já quisemos jogar a toalha e dizer: "Chega, não dá mais".
Mas será que a derrota é mesmo o fim da nossa história? Será que ela é mesmo uma inimiga cruel, que nos impede de ser felizes? Será que ela é mesmo uma maldição, que nos condena ao fracasso?
Ou será que a derrota é algo mais? Algo que nos desafia, que nos ensina, que nos transforma? Algo que nos faz crescer, que nos faz mudar, que nos faz vencer?
Este maravilhoso poema mostra que a derrota não é o fim, mas o começo. Que a derrota não é uma desgraça, mas uma oportunidade..
Kahlil Gibran, no poema intitulado "Derrota", tece uma narrativa poética que exalta a própria derrota como uma fonte de autoconhecimento, coragem e liberdade.
Gibran personifica a derrota como uma companheira audaciosa, destacando que, por meio dela, encontramos a essência da juventude e a capacidade de resistir aos louros efêmeros da glória. A dualidade entre solidão e alegria de ser evitado é apresentada como uma jornada de autodescoberta.
O poeta utiliza metáforas poderosas, como a espada e escudo brilhantes da derrota, para expressar a verdadeira natureza do sucesso e do fracasso. Ele conclui com uma visão otimista da derrota como uma aliada na busca pela imortalidade e coragem, celebrando a capacidade de rir diante das tormentas e enterrar o que não serve mais, enquanto permanecemos ousados perante o sol da vida. Este poema emociona ao capturar a beleza na adversidade e convida o leitor a abraçar as experiências que moldam a essência humana.
Quantas vezes nos pegamos lamentando e remoendo nossas derrotas como se fossem o fim de tudo. Quantas vezes somos arrastados por uma corrente de reclamações, reclamamos da vida, reclamamos do nosso emprego, da nossa casa, do carro que andamos, do sol que está muito forte, da chuva que está em excesso, dos dias molhados que não deixam fazer aquilo que julga importante.
Mas quantas vezes paramos para agradecer?
Quantas vezes somos gratos pelo que deu errado e nos ensinou uma importante lição?
Estamos em um geração em que as dificuldades foram poupadas, o sofrimento de nossos avós não se comparam com os de nossos pais e o de nossos pais com os nossos.
Isso é uma evolução, certamente. Estamos criando uma sociedade mais tolerante com as diferenças e mais aberta do que antes a geração de riquezas e oportunidades.
Porém, estamos criando algo perigoso. Ou seja, estamos supervalorizando o prazer e a comodidade. Como se o menor desconto fosse algo brutal que nos atinge e fere mortalmente nossas convicções.
Se alguém entra em uma fila e espera 30 min, já é motivo para exaltação. Se comprei um produto e a loja não atendeu as minhas expectativas elevadas de inclusão, já é motivo para um cancelamento brutal. Se alguém me cobrar desempenho no trabalho, já é algo tóxico. Se meu relacionamento não atende às minhas expectativas, troco como se fosse uma ida ao mercado.
Estamos perdendo a capacidade de parar e avaliar a derrota como parte de nossa vida cotidiana. De perceber que a vitória é uma doce exceção em nosso dia a dia, mas a derrota ela está ali, fiel companheira que impulsiona a outro caminho, a conquista valorosas, que nos faz desejar continuar apesar de tudo.











Comentários