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9 ENSINAMENTOS POUCOS CONHECIDOS DITOS POR CONFÚCIO | O que podemos aprender com sua filosofia?

Atualizado: 17 de nov. de 2023

Neste Capítulo falaremos brevemente sobre o contexto histórico do filósofo Confúcio e traremos alguns de seus ensinamentos, transcrito por seus discípulos, no livro chamado de “Os Analectos”, o qual traz uma síntese de reflexões do mestre.

A história de Confúcio é um pouco imprecisa. Porém as bases de seus ensinamentos permitem um estudo relevante para o campo da moral e do desenvolvimento pessoal.

À época de Confúcio já havia os conceitos de “Caminho” (chamado de tao), o que seria equivalente a uma verdade absoluta, inatingível pelo ser humano, algo puro, não definido, pois aquilo que tem definição pelo homem, já não seria o caminho.

Para ficar mais fácil a compreensão, pense na definição ocidental de “verdade” provocada por Nietzche. De que a verdade não é absoluta, mas sim uma percepção de quem diz, quem fala, transmite suas experiências, percepções e emoções, é uma interpretação do que sente, não a verdade sobre as coisas.

Outro conceito já preexistente a Confúcio é o conceito de “Virtude” (denominado de Te), definida pelo sábio como uma “bênção que o homem recebe do Céu”. Uma bússola que guia o homem para a direção do caminho.

Observe uma citação atribuída a Confúcio:



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“Aplico meu coração no caminho, baseio-me na virtude, confio na benevolência para apoio e encontro entretenimento nas artes”. Benevolência é algo cujo alcance depende totalmente de nossos próprios esforços, mas virtude é, em parte, um presente do Céu.”

Podemos dizer que o “caminho” é a essência do ser, a pureza das ideias sem definição, enquanto a virtude é um dom concedido aos homens, um guia para se aproximar da ideia de “caminho”.

Quanto à benevolência, essa seria uma construção do caráter, dos valores e princípios morais, uma potencialização das virtudes que lhe foi presenteada.

Assim, Confúcio define que um homem benevolente ajuda os outros a firmarem sua atitude, do mesmo modo que ele próprio deseja firmar a sua, e conduz os outros a isso do mesmo modo que ele próprio deseja chegar lá.

A capacidade de tomar o que está ao alcance da mão como parâmetro pode ser considerado o método da benevolência.

Outro ponto importante, é que Confúcio não se dedicou a temas sobre divindades e a vida após a morte, adotando o que parecer ser uma postura agnóstica. É uma filosofia objetiva em que a preocupação está voltada para o agir bem pelo simples agir e não pela reverenciação ao divino ou à morte.


Podemos perceber isso, quando Tzu-lu perguntou ao Mestre como os deuses e os espíritos deveriam ser servidos. Tendo Confúcio respondido que, como ele não era apto a servir os homens, como poderia ele servir os espíritos?

E quando então Tzu-lu perguntou sobre a morte, o Mestre respondeu que: como não compreendia a vida, como poderia entender a morte?

Para Confúcio a benevolência seria uma árdua construção, e envolveria o desenvolvimento de várias virtudes. Aquela estaria mais ligada ao agir de forma a pensar na coletividade, com equidade, justiça e bondade. Seria o agir com os outros da mesma forma que gostaríamos que agissem conosco.

Dito isso, deixaremos os ensinamentos presentes no Livro 1, dos Analectos, para que você possa refletir.

Confúcio disse no primeiro ensinamento:

É sempre um prazer ao homem bom, uma vez que se aprendeu algo, colocá-lo em prática nas horas certas. Assim como é benevolente o ato de não se ofender quando os outros falham em apreciar suas habilidades.

Confúcio ensina que o homem deve ser humilde para reconhecer quando não sabe alguma coisa, pois assim terá a oportunidade de aprender, uma vez que é um prazer poder aplicar o que aprendeu quando precisar do conhecimento ou ter de ensinar seu semelhante.

Da mesma forma, é uma grande virtude ao homem que não busca ser bajulado ou reconhecido por seus feitos, uma vez que ser benevolente é um dever moral a ser buscado, independentemente de qualquer recompensa.

Ser benevolente não é uma aspiração pelo reconhecimento, pelo contrário, é um dever por si mesmo, é um trabalho árduo e constante a ser almejado pelo homem de valor pelo simples fato de ser a direção para o caminho.

Essa ideia fica evidente nestas outras citações do mestre:

“É raro, de fato, que um homem com palavras ardilosas e um rosto bajulador seja benevolente”.

“O cavalheiro não almeja nem uma barriga cheia nem uma casa confortável.

“Ele é rápido na ação, mas cauteloso com o que diz”.

“Ele se dirige a homens virtuosos para receber orientação. Tal homem pode ser descrito como alguém ávido por aprender”.

Confúcio traz ainda o seguinte ensinamento:

“Ao governar um reino com mil carruagens, trate dos negócios com reverência e seja coerente com aquilo que fala; evite gastos excessivos e ame os seus semelhantes; empregue o trabalho do povo apenas nas épocas certas”.

E continua o que denominamos de terceiro Ensinamento:

“Um rapaz deveria ser um bom filho em casa e um jovem obediente fora de casa, parcimonioso com a fala, mas coerente com o que diz, e deveria amar todo o povo, mas cultivar a amizade dos seus semelhantes. Se lhe sobrar alguma energia dessas ações, que ele a dedique a tornar-se um homem culto”.

Neste mesmo sentido, o mestre continua:

“Observe o que um homem, enquanto seu pai está vivo, planeja fazer, e, então observe o que ele faz quando seu pai falece. Se, durante três anos, ele não se desviar do caminho do pai, ele pode ser chamado de um bom filho”.


No Quarto Ensinamento, Confúcio ensina que:

“Um homem a quem falta seriedade não inspira admiração. Um cavalheiro que estuda não costuma ser inflexível. “Estabeleça como princípio fazer o melhor pelos outros e ser coerente com o que diz. Não aceite como amigo ninguém que não seja tão bom quanto você. “Quando cometer um erro, não tenha medo de corrigi-lo.”

Não é quando os outros falham em apreciar as suas habilidades que você deveria ficar incomodado, mas, antes, quando você falha em apreciar as habilidades dos outros.

A filosofia de Confúcio é voltada a essência da moral, ou seja, um homem deve respeitar as leis, as convenções sociais, as gentilezas do dia a dia e entender que ser um homem bom é uma obrigação de cada indivíduo, e, que devemos buscá-la não por vaidade ou por qualquer tipo de recompensa, mas simplesmente porque assim deve ser.

Pois um homem que age de forma benevolente é um homem que contribui para construção de seu país e da harmonia de sua comunidade.

Dito isso, deixamos algumas citações de Confúcio para você se inspirar e refletir:

“Guie o povo por meio da lei, mantenha-o na linha com punições, e ele se manterá longe de problemas, mas não será capaz de sentir vergonha. Guie-o pela virtude, mantenha-o na linha com os rituais (como cumprimentos de respeito, hinos, símbolos, espírito de comunidade, por exemplo), e o povo, além de ser capaz de sentir vergonha, reformará a si mesmo”.

Para saber sobre o verdadeiro caráter de um homem: “Veja os meios que ele emprega, observe o caminho que ele toma e examine a circunstância em que ele se sente confortável “.

“Merece ser um professor o homem que descobre o novo ao refrescar a sua mente com aquilo que ele já conhece”.

“Atacar uma questão pelo lado errado nada mais pode senão causar danos”.

“Um homem pode exercer influência no governo simplesmente sendo um bom filho e amistoso com seus irmãos''. Ao agir dessa forma um homem estará, de fato, fazendo parte do governo.

“Não entendo como pode ser aceitável um homem que é desleal com suas palavras. Se falta um prego na canga de uma grande carruagem ou nos arreios de uma pequena carruagem, como pode se esperar que o carro vá em frente?

“Você será visto pelos outros como alguém bajulador (puxa saco) se observar cada detalhe dos rituais (concordar com tudo e não ser sincero) ao servir o seu senhor”.

“A benevolência constitui o mais belo aspecto de uma vizinhança. Como pode ser considerado sábio um homem que, quando tem a possibilidade, não se estabelece em uma vizinhança benevolente?”.

“Quem não é benevolente não pode permanecer por muito tempo em uma situação difícil e tampouco pode permanecer durante muito tempo em circunstâncias favoráveis. “O homem benevolente é atraído pela benevolência porque ele se sente confortável com ela. O homem sábio é atraído pela benevolência porque percebe que ela lhe é favorável.”

“Apenas o homem benevolente é capaz de gostar ou de não gostar de outros homens”.

“Se um homem aplica o seu coração no caminho da benevolência, ele estará livre do mal”.

“Riqueza e posições altas são o que os homens desejam, mas a menos que eu as conseguisse do jeito certo, eu não as manteria. Pobreza e posições baixas são o que os homens não querem, mas mesmo se eu não as conseguisse do modo certo, eu não tentaria escapar delas.

“Se o cavalheiro abandona a benevolência, de que modo pode ele construir um nome para si? Um cavalheiro nunca abandona a benevolência, nem mesmo pelo pouco tempo que demora para se comer uma refeição. Se ele se apressa e tropeça, pode-se ter certeza de que é na benevolência que ele o faz”.

“Nunca conheci um homem que amasse a benevolência ou um homem que odiasse a ausência dela*. Um homem que ama a benevolência não pode ser superado. Um homem que odeia a falta de benevolência pode, talvez, ser considerado benevolente, pois ele não permitiria que aquilo que não é benevolente contaminasse sua pessoa.”

“Os erros de um homem são condizentes ao tipo de pessoa que ele é. Observe os erros e você conhecerá o homem”.

“Não há razão de buscar as opiniões de um homem benevolente que, apesar de aplicar seu coração no Caminho, tenha vergonha da comida simples e de suas roupas pobres”.

“Nas suas relações com o mundo, o cavalheiro não é rigidamente contra ou a favor de nada. Ele fica do lado daquilo que é justo”.

“Enquanto o cavalheiro acalenta o bom governo, o homem vulgar acalenta sua terra natal. Enquanto o cavalheiro acalenta respeito pela lei, o homem vulgar acalenta um tratamento generoso”.

“Se as ações de alguém são guiadas pelo lucro, esse alguém provocará muitos ressentimentos”.


“Se um homem é capaz de governar um reino por meio da observação dos rituais e do respeito, que dificuldades terá na vida pública? Se ele é incapaz de governar um reino por meio da observação dos ritos e do respeito, de que lhe servem os ritos?”


“Não se preocupe por não ter um cargo oficial. Preocupe-se com as suas qualificações. Não se preocupe porque ninguém aprecia as suas qualidades. Procure ser merecedor de apreço”.


 
 
 

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